Frederico Rochaferreira


Frederico Rochaferreira (Teresópolis, 5 de agosto de 1955), nascido Frederico da Rocha Ferreira, é um pensador brasileiro, membro da Oxford Philosophical Society e especialista em Reabilitação pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. Filho da brasileira Nair de Souza Rocha e do português natural de Ribafeita, Viseu, Luiz das Neves Ferreira, seu avô paterno, Frederico Ferreira de Jesus, [1] era um alferes de infantaria do Exército português que lutou na primeira guerra e seu bisavô, Domingos Bento das Neves, [2] foi curador do Império, no Brasil. Um de seus ancestrais, foi o médico e filantropo Francisco Bento Alexandre de Figueiredo Magalhães, que recebeu de D. Carlos I de Portugal, o título de Conde Figueiredo de Magalhães.

Seu interesse pela filosofia, simbolismo e história antiga começou na adolescência, quando leu Erich Von Däniken e Platão, no entanto, passariam mais de quatro décadas para publicar parte de suas investigações históricas e filosóficas. [3] Em 2016, voltou sua atenção para o emprego de manobras jurídicas com verniz de legalidade - lawfare, que abalou a política brasileira com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a prisão do ex-presidente Lula e a ascensão de Jair Bolsonaro ao Poder, período em que publica uma série de artigos de pensamento crítico em diversos órgãos de imprensa, como Le Monde Diplomatique, Justificando, Carta Capital e Jornal GGN, entre outros, sendo autor do artigo mais compartilhado no ano de 2019.[4]


Pensamento Crítico

Seu pensamento reflete duas preocupações distintas, a primeira, com a fragilidade da construção ética nas sociedades pouco desenvolvidas, onde afirma que o homem e o meio se retroalimentam ou na limitação ou no desenvolvimento, num ciclo que pode ser muito duradouro e a segunda, com a natureza mítica das questões históricas fixadas no imaginário dos homens como verdadeiras.

Frederico Rochaferreira é um escritor de convicções polêmicas. Crítico da prosa literária, afirma que o gênero é um inibidor do desenvolvimento intelectual,[5] posto que é uma literatura meramente de assimilação de ideias. No campo filosófico, entende que a experiência adquirida é parte de um universo mais amplo onde prevalece no indivíduo o conjunto de representações e comportamentos inatos, ou seja, o talento e o caráter fixado na natureza humana serão determinantes no desenvolvimento pessoal, profissional e comportamental dos indivíduos,[6] não compactuando com o pensamento de John Locke, que diz que todas as pessoas nascem sem conhecimento algum, como uma tábula rasa e que todo processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência.

Como crítico social publicou uma série de artigos expondo o viés político da Operação Lava Jato. No livro, (Execução da pena em segunda instância - Fundamentos de sua inconstitucionalidade), do ex-Procurador Seccional da Advocacia-Geral da União, Carlos Valder do Nascimento, Frederico Rochaferreira é citado ao lado de nomes como Issac Yarochewsky, André Luis Callegari, Luigi Ferrajoli, Antonio Carlos de Almeida Castro, Lenio Streck e Flávio Dino, como um dos que contribuiram para o estudo dos fundamentos inconstitucionais da pena em segunda instância que condenou o ex-presidente Lula, ao expor a controversa norma anglo-saxã da dúvida razoável, estranha ao direito brasileiro, utilizada como artifício jurídico para condenar o ex- presidente. Escreve Carlos Valder:

“Na Concepção de Frederico Rocha Ferreira, na condenação do ex-presidente Lula paira uma dúvida sobre se realmente houve ou não uma combinação de votos entre os desembargadores do TRF4. Levanta a hipótese de que a condenação teve suporte na norma anglo-saxã da dúvida razoável, a mesma que baseou a sentença em primeira instância do juiz Sergio Moro.” [7]

Com a ascensão de Jair Bolsonaro ao Poder, Rochaferreira passou a acompanhar de perto as ações do governo questionando questões fundamentais, como a liberação dos agrotóxicos, [8,9] o isolacionismo internacional [10] e a perseguição por viés político. [11]

No início de 2020, com o advento da pandemia e as controvérsias sobre a origem do novo coronavírus, o escritor se debruça em um extenso trabalho de pesquisa traçando uma linha do tempo que resgata uma série de acontecimentos, desde os anos de pesquisa e desenvolvimento de ganho de função do coronavírus por cientistas chineses e americanos, aos meses que antecedem o surgimento do vírus na China, passando pelo desenvolvimento das armas biológicas de duplo uso pelas grandes potências, [12] às acusações de parte a parte entre Washington e Pequim pela responsabilidade do vírus. [13] Juntando as peças desse quebra-cabeça, lança em dezembro daquele ano, o livro (Covid-19. A origem do vírus feito para infectar humanos).[14,15, 16]


Referências e citações 

A análise crítica, descritiva e comparativa de seus escritos em diferentes áreas do conhecimento, tem merecido atenção dentro e fora da academia, contribuindo, grosso modo, para a reflexão e o desenvolvimento das ideias:


1.Domenico Feliciello, Gustavo Bonin Gava. Lockdown, flexibilização e defesa da vida. Unicamp. Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP), p.7

2.Bordin, Marcelo. A guerra é a regra: Hipermilitarização da Segurança Pública, da vida e do cotidiano. Tese. Doutorado. Universidade Federal do Paraná, p. 161

3.Queiroz, Glauber Paulo Gonçalves. Uso de Glifosato por agricultores em assentamentos da reforma agrária da Região Norte do Brasil. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, p. 39

4.Ecricome. Concours D'admission. Prépa. Langues vivantes 2, p.8

5.Peres, Felipe Guimarães. Cinejornal Informativo e Brasil Hoje: cinema e memória nacional na ditadura brasileira. Dissertação. Mestrado. Universidade de Lisboa, p. 25

6.Rodrigues de Oliveira Santos, Paula. Fome: Da exclusão social às exigências curriculares para o ensino de Ciências da Natureza. Dissertação. Mestrado. Universidade Federal de São Carlos, pp. 155,156

7.Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). Declaração para Melhoria da Atenção ao Câncer no Brasil. pp. 30,112

8.Lucas, Douglas Cesar; Argerich, Eloisa; Formentini, Franciele. Diálogos sobre jurisdição, democracia e direitos humanos. Editora fi, p.307

9.Vinícius Fernando Agostini. Da invasão territorial ao controle dos corpos: as raízes racistas das políticas de Segurança Pública no Brasil. Universidade Federal do Rio de Janeiro, p. 53, 54

10.Aldo La Marca. Em Defesa dos Direitos Fundamentais: Pilares da Democracia, Conquista da Cidadania. JurisWay

11.Kenia Cristina Ferreira de Deus Lucena, Mariana Guimarães das Neves Santiago, Natasha Ohana Manso de Matos. Universidade Estadual de Goiás. Cápsula do tempo: Uma mensagem para o futuro. Anais da Jornada Jurídica, pp. 12,14

12.Nascimento, Carlos Valder. Execução da pena em segunda instância. Fundamentos de sua inconstitucionalidade. A concepção de Frederico Rocha Ferreira. Ed. Fórum, p. 50

13.Lorena Gabriela S. Vidal . Financiamento de campanhas eleitorais no Brasil . Universidade Federal do Rio Grande do Norte

14.Augusto Zimmermann. Report on the Fairness and Transparency of the Brazilian Presidential Elections of October 2022. The Western Australian Legal Theory Association

15.Bevilaqua, Aluísio Pampolha (2021). A Crise Orgânica do Capital, pandemia de COVID-19 e estratégias de superação. Conferência. Revista Ciência & Luta de Classes (CEPPES), p.5

16.Antonio Fernando Pinheiro Pedro (2020). Coronavírus e a guerra híbrida entre China e EUA. Ambiente Legal

17.Queiroz, Caroline Trapp. Ponto Cego: Sobre infância, luta e olhar. Tese. Doutorado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, p. 144

18.Andreza Aparecida Franco Câmara, Juliana Freitas Mendes. A política permissiva brasileira aos agrotóxicos e suas repercussões para a sadia qualidade de vida: uma análise sobre o uso de agrovenenos. Revista Brasileira de Políticas Públicas/Brazilian Journal of Public Policy, p. 311

19.Adilson Souza Santos; Amanda Pereira Santos. Multipolarizarização das Potências Nucleares e Terrorismo Tecnológico: Como Ficam os Direitos Humanos Ante Essas Novas Ameaças? . Universidade de Coimbra, p. 88, 89 [9]

20.Robson Sávio Reis Souza. Movimentos sociais e processos de democratização das cidades no Brasil contemporâneo. Revista de Teologia da UNICAP, p. 74 [11]

21.Valter de Jesus Leite. A ofensiva do programa político e educacional do agronegócio na educação pública. Tese Doutorado. Universidade estadual de Maringá, p. 284

22. Gustavo Delvaux Parma. Teorias da conspiração, a sociedade e as instituições. JOTA, [3]

23. UFPE et al. Biossegurança. Um despertar para a sociedade. Universidade Federal de Pernambuco, p.90


Bibliografia

A Ética dos Miseráveis, amazon, 2015

A Razão Filosófica, Multifoco, 2016

The Strange art of Thinking, amazon, 2017

Por que o Brasil não tem filósofos? Ensaio. Antologia Portuguesa ECLÉTICA, Edições Colibri, 2017

Brasil, um gigante sem cérebro, Clube de Autores, 2020

Covid-19. A origem do vírus feito para infectar humanos, Lisbon International Press, 2020

A Marginalidade Política e Jurídica no Brasil, Clube de Autores, 2022


No prelo

São os asquenazes judeus?

Princípios Filosofais


Referências:

1.Arquivo Histórico Militar. Genealogia em Registros Militares.

https://ahm-exercito.defesa.gov.pt/details?id=124836. Consultado em 21 de agosto de 2021

2.Universidade Federal do Paraná. Acervo Digital. Kolonie-Zeitung, 1863,p.154

https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/55885/01035Kolonie18630829_cor.pdf?sequence=1&isAllowed=y .Consultado em 21 de agosto de 2021

3.Sandra Hasmann ( 25/06/2016). A RAZÃO FILOSÓFICA - Uma abordagem de temas polêmicos. Rede sem Fronteiras. Consultado em 12 de janeiro de 2022.

4.Mundo Interpessoal (9/12/ 2019). As notícias mais compartilhadas em 2019. Consultado em 17 de novembro de 2021

5.Fórum de Sustentabilidade (13/07/2016). A literatura brasileira inibe o desenvolvimento cultural. Consultado em 5 de maio de 2022.

6.Shirley M. Cavalcante. Entrevista. Divulga escritor. Ano IV, Nº 22. Out/nov 2016, pp.10,11 Consultado em 26 de julho de 2022.

7.Nascimento, Carlos Valder. (2018). Execução da Pena em Segunda Instância. Fundamentos de sua inconstitucionalidade. (Fórum). pp.50,51. Consultado em 16 de maio de 2022.

8.Rodrigues de Oliveira Santos, Paula. Fome: Da exclusão social às exigências curriculares para o ensino de Ciências da Natureza. Dissertação. Mestrado. Universidade Federal de São Carlos, 2022, pp.155,156. Consultado em 23 de maio de 2022

9.Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). Declaração para Melhoria da Atenção ao Câncer no Brasil, 5ª Edição Set/2021, pp. 30,112. Consultado em 7 de dezembro de 2021.

10.Bordin, Marcelo (2020). A guerra é a regra: Hipermilitarização da Segurança Pública, da vida e do cotidiano. Tese. Universidade Federal do Paraná, p.161. Consultado em 11 de janeiro de 2021.

11.Queiroz, Caroline Trapp de (2021). Ponto Cego: Sobre infância, luta e olhar. Universidade d o Estado do Rio de Janeiro, p.144. Consultado em 20 de abril de 2022.

12.Parma, Gustavo Delvaux. (22/03/2020). Teorias da conspiração, a sociedade e as instituições. JOTA. Consultado em 12 de outubro de 2021.

13.Feliciello, Domenico; Gava, Gustavo Bonin (Set. 2020). Lockdown, flexibilização e defesa da vida.Unicamp. Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP). ISSN: 2527-1946, Número 89, p.7. Consultado em 12 de outubro de 2021.

14.Krauss, Susana. (23/12/ 2020). Livro reacende o debate sobre a origem do novo coronavírus. SAPO. Consultado em 28 de maio de 2021.

15.Lucena, Kenia Cristina Ferreira de Deus; Santiago, Mariana Guimarães das Neves; Matos, Natasha Ohana Manso de (2020). Cápsula do tempo: Uma mensagem para o futuro. (Anais da Jornada Jurídica). Universidade Estadual de Goiás. p.14. Consultado em 28 de maio de 2021

16.Gonçalves, Maria Rosimeire; Oliveira, Rosiléa Maria Gonçalves de; Moreira, Rosana Mendes Maciel. Resenha Crítica do livro: “Covid 19. A origem do vírus feito para infectar humanos”. Scientia Generalis, [S. l.], v. 2, n. Supl.1, 2022, p. 14–146. Consultado em 23 de abril de 2022.